Curadora brasileira é demitida em NY após denunciar crimes em Gaza
Karolina Ziulkoski fez referência ao “genocídio ao povo palestino” na Faixa de Gaza e foi expulsa de um evento em Nova York (EUA)
atualizado
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A curadora brasileira Karolina Ziulkoski foi demitida do YIVO Institute for Jewish Research, onde trabalhava, após denunciar crimes ocorridos na Faixa de Gaza e falar sobre “genocídio” contra o povo palestino durante um evento em Manhattan, Nova York (EUA). Ela apresentava um sobre uma exposição quando falou sobre o assunto e terminou expulsa e escoltada para fora do espaço.
A exposição em questão era dedicada a Itskhok Rudashevski, judeu que mantinha um diário durante o nazismo. O rapaz criticava alemães, lituanos, o país natal dele e outros judeus que participaram do regime de Adolf Hitler. Em grande parte da obra, ele cita o sentimento de traição. Antes de terminar a explicação sobre o trabalho dele, Karolina chamou a atenção do público e compartilhou opiniões sobre a atual situação na Palestina.
“Estou falando por mim mesma aqui. A coragem moral de Rudashevski realmente me inspirou. Acredito que a melhor maneira de honrar sua memória e a de todos os que morreram no Holocausto é falar contra o genocídio. E há um genocídio acontecendo agora na Palestina“, declarou a brasileira.
Ela disse também que “assim como Rudashevski merecia viver, todos os palestinos também merecem”. “A paz não pode ser alcançada por meio da violência e da negação dos direitos humanos básicos a um grupo de pessoas. Ficar em silêncio é ser cúmplice. Obrigada”, encerrou.
Brasileira foi expulsa e demitida por e-mail
Ao UOL, Karolina garantiu que há pontos de conexão entre o que aconteceu com o dono do diário e os recentes acontecimentos em Gaza. Ela pontuou que o rabino da instituição cultural discorda dela, mas outras pessoas a agradeceram pela fala.
Segundo o relato, após o discurso, um segurança chegou ao lado da curadora, enquanto todos ainda estavam no local, e afirmou que a acompanharia para fora quando ela estivesse preparada.
Ela contou que não houve nenhuma conversa posterior sobre o ocorrido e que foi demitida por e-mail. O texto enviado on-line ainda enfatizava que ela estava sendo cortada do sistema da instituição.
De acordo com a brasileira, a mensagem afirma que ela prejudicou a credibilidade da instituição, mesmo falando que estava fazendo afirmações por ela mesma, e que ela não teria pedido autorização para falar sobre o assunto. Apesar da situação, ele ainda consta no site oficial da YIVO.