Dólar fica estável e Bolsa sobe: mercado absorve MP alternativa do IOF
Moeda americana fechou em leve alta de 0,07%, cotada a R$ 5,54. Já o Ibovespa registrou elevação de 0,49%, aos 137.799 pontos
atualizado
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Nesta quinta-feira (12/6), o principal vetor dos mercados brasileiros de câmbio e ações foi a medida provisória (MP) publicada pelo governo na noite da véspera, que substitui parcialmente o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ao final da sessão, o dólar fechou em leve alta de 0,07% frente ao real, cotado a R$ 5,54, o que indica estabilidade da moeda. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou elevação de 0,49%, aos 137.799 pontos.
Na avaliação de Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, houve um susto inicial no início do pregão, mas o Ibovespa se rapidamente. “A alta ficou contida no patamar de 137,5 mil pontos, que vem exercendo um ponto de resistência técnica há algumas sessões”, diz o analista. Ele observa que a MP foi o principal ponto de atenção do mercado, “uma vez que a medida traz mudanças sobre a tributação de investimentos”. “O noticiário ao redor do tema, assim como declarações de autoridades, ajudou a trazer volatilidade ao mercado, já estressado com o tema diante da crescente incerteza no cenário fiscal doméstico.”
Nishimura destaca que a “virada positiva” do Ibovespa contou com a ajuda da Petrobras. Os papéis da empresa ajudaram a sustentar o índice durante a tarde, registrando o terceiro pregão seguido de alta. Por volta de 16h40, as ações ordinárias (PETR3), que dão direito a voto em assembleias, avançavam 2,58%. Elas subiram embaladas por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, feitas pela manhã. Ele afirmou que está negociando com as estatais o pagamento de dividendos extraordinários para acionistas, com o objetivo de cumprir a meta fiscal deste ano.
Já o dólar, diz o analista, começou o dia com viés de queda, acompanhando a desvalorização da moeda americana no exterior, após o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês) nos Estados Unidos vir abaixo das expectativas. “No entanto, as declarações do presidente da Câmara sobre a possibilidade de sustar a alta do IOF e a percepção de fragilidade na articulação política do governo fizeram a moeda inverter o sinal”, afirma Nishimura.
Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, no cenário doméstico, o real não conseguiu acompanhar o enfraquecimento do dólar no exterior, refletindo preocupações locais. “A pauta fiscal voltou ao centro das atenções, com novas propostas do governo para aumentar a arrecadação e viabilizar o cumprimento das metas do arcabouço fiscal, sobretudo diante da possível reversão de medidas relacionadas ao IOF. Além disso, o câmbio se aproxima do nível técnico de R$ 5,50, patamar onde o mercado tende a encontrar maior resistência para movimentos adicionais de queda.”
Acordo EUA-China
Os mercados também repercutiram o acordo entre Estados Unidos e China, anunciado na quarta-feira (11/6). O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o país asiático terá uma alíquota de 55%, enquanto os EUA pagarão 10%. O acordo ainda precisa ser assinado por Trump e pelo presidente chinês, Xi Jinping.